
Exibida aqui pelo canal Warner, “The L word” fez muito sucesso para além da comunidade gay. A série — que estreou em 2004 e foi até 2009 — encantava ao retratar um grupo de lésbicas vivendo em Los Angeles. Dramas, relações amorosas, humor e glamour levavam esse enredo. Ele teve também, claro, o grande mérito de furar uma fronteira ao tratar de um universo nunca abordado de forma tão ampla pela televisão. Ao sair do ar, deixou saudades e nunca foi esquecido. Prova disso é a estreia agora de “The L word: Generation Q”, no ar na Amazon Prime Video.
A nova série mistura personagens da trama original a outras, egressas da tal “geração Q”, seja isso o que for. O primeiro episódio promove a reconexão com o público de antigamente de saída. E conquista rapidamente quem estiver chegando agora. Reencontramos as antigas heroínas bem situadas na vida. Bette (Jennifer Beals) concorre à prefeitura da cidade e é mãe de uma adolescente com os traços de rebeldia clássicos da idade. Alice (Leisha Hailey) se tornou uma bem-sucedida apresentadora de um programa de entrevistas na TV. A mais aguardada de todas, Shane (Katherine Moennig), só surge no terço final do capítulo, mas chega chegando. Ela vem da França, onde foi dona de um salão de cabeleireiros. Vendeu o negócio e não tem problemas financeiros, ao contrário: se instala numa cobertura de luxo. Sua vida afetiva, entretanto, parece enrolada. O novelão serve de pretexto para tratar de representatividade, maternidade, dinheiro e poder, entre outros temas. Como a história original, “Generation Q” é um programão. [PATRÍCIA KOGUT]